domingo, 14 de setembro de 2008

O uso do celular em sala de aula

O celular se tornou um instrumento cada vez mais necessário na vida de muita gente, inclusive dos adolescentes. Com uma multifuncionalidade cada vez maior, tornou-se meio de diversão, entretenimento, comunicação rápida, através de torpedos e... da cola. A presença do celular em sala de aula, mais que um motivo de interrupção do aprendizado é uma ameaça à integridade das avaliações.

Como resolver essa questão? Proibir será o caminho mais acertado? Diversas escolas já proibiram o uso do celular. Em São Paulo, por exemplo, já é lei com "direito" a punições. Contudo os alunos continuam driblando as regras, alegando que sabem a hora certa de utilizar e precisam comunicar-se com os pais de alguma maneira.

Senhores, é interessante como conseguíamos resolver os problemas de comunicação na escola, antes desta febre do celular. Mas, uma vez criado o aparelho, criou-se em volta dele uma lista imensa de necessidades, as quais não tínhamos. Tudo bem, não vamos viver de passado. Precisamos tomar medidas sensatas e eficazes.

Na escola onde trabalho, orientamos os alunos para manter os aparelhos desligados quando estiverem em aula. Caso não ocorra, os professores confiscam os aparelhos e os entregam à coordenação. A depender da situação, o aluno tem o seu aparelho de volta no mesmo dia ou este só é entregue aos pais. Nos dias de avaliação, todos os aparelhos são entregues na coordenação. Os alunos só entram na sala sem o celular. Após a prova, o recebem de volta. Assim, não aderimos á proibição completa, uma vez que os próprios pais consentem.

Quanto à cola, não é o ato em si que mais preocupa, mas as intenções e os valores que o perpassam. A sensação de incapacidade, o gosto pelo desafio de driblar as regras, o ato de enganar, ludibriar e perseguir (os colegas que não colaboram com a cola) são algumas intenções intrínsecas nesta atitude. Os alunos continuarão colando, com celular ou não. Cabe ao educador trazer este tema para a discussão, conscientizando o educando do seu papel de estudante e cidadão.

Tomemos a vertente da educação que conscientiza através do diálogo. Para os adolescentes, o certo é errado. Faz parte da sua formação, esta necessidade de romper com as regras, negando as orientações que recebem. É nesta fase que se faz imprescindível a presença do diálogo, das regras e dos limites. Pior que a proibição é a permissividade. Um adolescente sem regras, sem orientação sobre o comportamento, o pensar, o ser e o ter desenvolve o que há de negativo dentro de si. Não façamos dos nossos adolescentes, adultos precoces, achando que estão prontos para discernir sobre tudo, sem orientação alguma. É preciso que conheçam as regras da escola e da sociedade; desta maneira, poderão ser cada vez mais livres, pois terão consciência dos seus atos, medindo e prevendo as conseqüências, escolhendo a melhor maneira de agir.

O uso do celular em sala de aula é desrespeito ao professor, aos colegas e mal uso do tempo de estudo. O uso do celular em provas, é permissividade, desrespeito e inversão de valores. A permissão excessiva torna-se uma prisão. Educar para a liberdade é, nesse contexto, educar para a convivência saudável, produtiva e respeitosa entre todos.

Uma ótima semana!

Força e paz!

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